Saiba um pouco mais sobre o gênero textual crônica
Heloisa Amaral*
A palavra
“crônica”, em sua origem, está associada à palavra grega “khrónos”, que
significa tempo. De khrónos veio chronikós, que quer dizer “relacionado ao
tempo”. No latim existia a palavra “chronica”, para designar o gênero que fazia
o registro dos acontecimentos históricos, verídicos, numa seqüência
cronológica, sem um aprofundamento ou interpretação dos fatos. Como se comprova
pela origem de seu nome, a crônica é um gênero textual que existe desde a Idade
Antiga e vem se transformando ao longo do tempo. Justificando o nome do gênero
que escreviam, os primeiros cronistas relatavam, principalmente, aqueles
acontecimentos históricos relacionados a pessoas mais importantes, como reis,
imperadores, generais etc.
A crônica contemporânea é um gênero que se consolidou por volta do século XIX, com a implantação da imprensa em praticamente todas as partes do planeta. A partir dessa época, os cronistas, além de fazerem o relato em ordem cronológica dos grandes acontecimentos históricos, também passaram a registrar a vida social, a política, os costumes e o cotidiano do seu tempo, publicando seus escritos em revistas, jornais e folhetins. Ou seja, de um modo geral, importantes escritores começam a usar as crônicas para registrar, de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os acontecimentos cotidianos de sua época, publicando-as em veículos de grande circulação.
Os autores que escrevem crônicas como gênero literário, recriam os fatos que relatam e escrevem de um ponto de vista pessoal, buscando atingir a sensibilidade de seus leitores. As que têm esse tom chegam a se confundir com contos. Embora apresente característica de literatura, o gênero também apresenta características jornalísticas: por relatar o cotidiano de modo conciso e de serem publicadas em jornais, as crônicas têm existência breve, isto é, interessam aos leitores que podem partilhar esses fatos com os autores por terem vivido experiências semelhantes.
A crônica contemporânea é um gênero que se consolidou por volta do século XIX, com a implantação da imprensa em praticamente todas as partes do planeta. A partir dessa época, os cronistas, além de fazerem o relato em ordem cronológica dos grandes acontecimentos históricos, também passaram a registrar a vida social, a política, os costumes e o cotidiano do seu tempo, publicando seus escritos em revistas, jornais e folhetins. Ou seja, de um modo geral, importantes escritores começam a usar as crônicas para registrar, de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os acontecimentos cotidianos de sua época, publicando-as em veículos de grande circulação.
Os autores que escrevem crônicas como gênero literário, recriam os fatos que relatam e escrevem de um ponto de vista pessoal, buscando atingir a sensibilidade de seus leitores. As que têm esse tom chegam a se confundir com contos. Embora apresente característica de literatura, o gênero também apresenta características jornalísticas: por relatar o cotidiano de modo conciso e de serem publicadas em jornais, as crônicas têm existência breve, isto é, interessam aos leitores que podem partilhar esses fatos com os autores por terem vivido experiências semelhantes.
As
características atuais do gênero, porém, não estão ligadas somente ao
desenvolvimento da imprensa. Também estão intimamente relacionadas às
transformações sociais e à valorização da história social, isto é, da história
que considera importantes os movimentos de todas as classes sociais e não só os
das grandes figuras políticas ou militares. No registro da história social,
assim como na escrita das crônicas, um dos objetivos é mostrar a grandiosidade
e a singularidade dos acontecimentos miúdos do cotidiano.
Ao escrever as crônicas contemporâneas, os cronistas organizam sua narrativa em primeira ou terceira pessoa, quase sempre como quem conta um ca so, em tom intimista. Ao narrar, inse rem em seu texto trechos de diálogos, recheados com expressões cotidianas.
Ao escrever as crônicas contemporâneas, os cronistas organizam sua narrativa em primeira ou terceira pessoa, quase sempre como quem conta um ca so, em tom intimista. Ao narrar, inse rem em seu texto trechos de diálogos, recheados com expressões cotidianas.
Escrevendo
como quem conversa com seus leitores, como se estivessem muito próximos, os
autores os envolvem com reflexões sobre a vida social, política, econômica, por
vezes de forma humorística, outras de modo mais sério, outras com um jeito
poético e mágico que indica o pertencimento do gênero à literatura.
Assim, uma
forte característica do gênero é ter uma linguagem que mescla aspectos da
escrita com outros da oralidade. Mesmo quando apresenta aspectos de gênero
literário, a crônica, por conta do uso de linguagem coloquial e da proximidade
com os fatos cotidianos, é vista como literatura “menor”. Ao registrar a obra
de grandes autores, como Machado, por exemplo, os críticos vêem em seus
romances como as verdadeiras obras de arte e as crônicas como produções de
segundo plano. Essa classificação como gênero literário menor não diminui sua
importância. Por serem breves, leves, de fácil acesso, envolventes, elas
possibilitam momentos de fruição a muitos leitores que nem sempre têm acesso
aos romances.
No Brasil, a partir da segunda metade do século XIX, muitos autores famosos passaram a escrever crônicas para folhetins. Coelho Neto, José de Alencar, Machado de Assis estavam entre aqueles que sobreviviam do jornalismo enquanto criavam seus romances.
No Brasil, a partir da segunda metade do século XIX, muitos autores famosos passaram a escrever crônicas para folhetins. Coelho Neto, José de Alencar, Machado de Assis estavam entre aqueles que sobreviviam do jornalismo enquanto criavam seus romances.
Os cronistas,
atualmente, são numerosos e costumam ter, cada um deles, seus leitores fiéis.
Hoje, os cronistas nem sempre são romancistas que escrevem crônicas para
garantir sua sobrevivência. Há aqueles que vêm do meio jornalístico ou de
outras mídias, como rádio e TV. Por isso, a publicação do gênero também ocorre
em meios diversificados: há cronistas que lêem suas crônicas em programas de TV
ou rádio e outros que as publicam em sites na internet.
Pelo fato dos autores serem originários de diferentes campos de atividade e de publicarem seus textos em várias mídias, as crônicas atuais apresentam marcas dessas atividades. Por isso, há, atualmente, diferentes estilos de crônicas, associados ao perfil de quem as escreve. Todos os estilos, porém, acabam por encaixar-se em três grandes grupos de crônicas: as poéticas, as humorísticas e as que se aproximam dos ensaios. Estas últimas têm tom mais sério e analisam fatos políticos, sociais ou econômicos de grande importância cultural.
Pelo fato dos autores serem originários de diferentes campos de atividade e de publicarem seus textos em várias mídias, as crônicas atuais apresentam marcas dessas atividades. Por isso, há, atualmente, diferentes estilos de crônicas, associados ao perfil de quem as escreve. Todos os estilos, porém, acabam por encaixar-se em três grandes grupos de crônicas: as poéticas, as humorísticas e as que se aproximam dos ensaios. Estas últimas têm tom mais sério e analisam fatos políticos, sociais ou econômicos de grande importância cultural.
*Heloísa Amaral é mestre em educação, autora do Caderno do
Professor - Orientação para produção de textos - Pontos de vista
Nenhum comentário:
Postar um comentário